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quarta-feira, 30 de maio de 2012

16º Cultura Inglesa Festival

No último domingo (27), aconteceu, no Parque da Independência, em São Paulo, o principal evento dentre os diversos que a Cultura Inglesa preparou para o festival desse ano. O grande show gratuito trouxe várias atrações que valeram muito a pena ver, desde bandas iniciantes que ganharam concursos veiculados pela escola, como King Crab e Broth3rhood, alguns tributos curiosos como a interpretação da Banda UÓ para os clássicos do The Smiths de Morrisey e a banda Garotas Suecas cantando os maiores hits do Rolling Stones. As atrações internacionais também não deixaram a desejar. Me surpreendi muito com We Have Band, que eu não conhecia, que foram seguidos pelo The Horrors e pela atração mais esperada do festival: o retorno do Franz Ferdinand a São Paulo. Lembrando: Tudo de graça.


Um fato importante no evento foi a tranquilidade do lado de dentro. Foi tudo bem organizado, sendo que não houve aperto nem grandes tumultos durante os shows, dava pra se escolher o melhor lugar pra ficar sem precisar ficar espreitando entre a platéia. Parece que foi um pouco diferente do lado de fora, mas eu só fiquei sabendo dessa confusão no outro dia, mas, de qualquer forma, os que tentavam entrar reclamaram que haviam menos pessoas dentro do parque que a lotação havia demonstrado. Mas vamos ser racionais, né, galera? Até entendo a comoção, mas chegar em um evento gratuito cheio de atrações internacionais no final da tarde e querer entrar é meio improvável, vamos combinar... Outro ponto que é importante lembrar é sobre a distribuição gratuita de água dentro do parque: Aquilo era cloro (ou alguma outra coisa) puro! Não tinha condições de beber. Ainda tive a oportunidade de pegar uns dois copos consumíveis, mas foi bem difícil. Mas o pessoal da água trabalhou bastante, rodando o parque de cima a baixo sem parar oferecendo água pro pessoal. Palmas pra eles!

Agora, voltando ao ponto principal: Os shows!

O dia começou com a banda Freech, que eu perdi porque ainda não tinha conseguido entrar, mas deu pra ouvir um pouco do lado de fora e o som deles é bacana. Entrei enquanto o King Crab começava sua apresentação, com uma música mais instrumental e pesada, foi uma boa experiência para aquecer enquanto o pessoal chegava. O Broth3rhood repetiu sua participação no festival com seus maiores sucessos, enquanto a Banda UÓ chegava e distribuía autógrafos aos fãs antes de se prepararem para o show.

A Banda UÓ chegou para fazer um tributo ao The Smiths com algumas versões, no mínimo, curiosas. O show serviu para aquecer a platéia e trazer a irreverência do grupo para o festival, e foi bem interessante! Nada para se levar a sério, mas muito divertido! E o setlist de bandas nacionais encerrou-se com o Garotas Suecas, que também apresentaram um belo show com as composições dos Rolling Stones com grandes momentos como a You Can't Always Get What You Want.

Então chegou meu momento favorito e inesperado do festival: A banda We Have Band, que já possui uma fama na cena eletrônica da Inglaterra e veio pela primeira vez ao Brasil. As músicas do trio são muito dançantes e garantiram alguns dos momentos mais intensos do dia, como no refrão de Oh!, que, graças a repetição exaustiva dele nos comerciais da escola que sempre eram repetidos antes de algum show começar, fez com que a platéia decorasse o ritmo e cantasse junto com a banda.


A seguir, foi a vez do The Horrors trazer seu rock meio gótico para São Paulo. Também foi a primeira vez que eu ouvi as músicas deles, e até que foi uma experiência boa. As letras são bem marcantes e os solos de guitarra fazem com que a música fique bem marcada.

Mas vamos logo ao que todos estavam esperando! O Franz Ferdinand fez um suspense pra subir no palco e atrasou a entrada em meia hora. Quando eles chegaram, a platéia vibrou em uma sequência energética de vários hits, como The Fallen, No You Girls e Take Me Out, que eu achava que ia ficar pro grande final, mas, surpreendentemente, ficou no meio do show. Foi a mais marcante de todas as apresentações, com certeza!


O evento foi apresentado por Edgard (aquele, do Multishow), que aparecia entre as apresentações para nos lembrar dos outros eventos do festival e introduzir as atrações.

E esse foi meu diário de bordo do 16º Cultura Inglesa Festival. A escola está de parabéns pela organização, estarei lá de novo na décima sétima edição!

Você não conseguiu ir no show de Domingo? Ainda dá tempo de conferir várias atrações bacanas, alguns shows em cidades do interior e ainda concorrer a uma bolsa de estudos na Inglaterra! Todas as informações estão no site deles, dá uma passada lá! Mas antes, comente o que você achou do post. Que bandas você espera pro próximo ano? Deu pra ver que eles estão trazendo coisas bem bacanas!


sábado, 12 de maio de 2012

Stanley Kubrick e A Força do Abstrato

Se tem um elemento vital no Imaginário Pop de quem aprecia cinema são as tramas de Stanley Kubrick. Seus longa metragens são cheios de elementos narrativos cercados de mistério e abstração, sendo que sabemos de antemão que não iremos encontrar respostas ao final do filme. Elas são cabíveis de interpretação do espectador, sendo que encontramos inúmeras formas de tratar o que foi passado na tela. A realidade é que cada quadro e cada indagação feita pelo roteiro contém uma lacuna que deve ser preenchida por quem assiste.  Vamos verificar quais dessas indagações e propostas de interpretação podemos encontrar em O Iluminado (The Shining, 1980), e aproveitar para relembrar como esse filme marcou o gênero do terror psicológico.

Na trama, Jack Nicholson vive Jack Torrance, um escritor em ascensão que aceita uma proposta de trabalho para ter algumas semanas de paz e finalizar seu romance. Ele leva sua esposa Wendy (Shelley Duvall) e filho Danny (Danny Lloyd) para um mês no Hotel Overlook para uma temporada como zelador, onde ele cuidará do local durante o inverno, que é rigoroso na região.

Antes de aceitar o trabalho, Jack é avisado pelo responsável de que uma tragédia havia ocorrido no local, onde o zelador assassinou sua esposa e filhas após um período de Cabin Fever (uma síndrome que acomete pessoas enclausuradas juntas por muito tempo, fazendo com que se revoltem umas contra as outras).

Durante a primeira hora, fica aparente que Danny, filho de Jack, possui habilidades de se comunicar com seres que não estão presentes e ter visões. Ele é apelidado pelo cozinheiro do hotel de "shining" (ou iluminado), sendo que os dois possuem poderes.

Durante a trama, Jack vai se transformando um um homem cada vez mais bruto e misterioso. Essas transformações de personagens sempre me surpreendem, seja em algum seriado ou filme. E Stanley Kubrick faz isso majestosamente, ainda contando com a ótima interpretação de Jack Kicholson.

Com ângulos de câmera extremamente inovadores para a época e flashes misteriosos, marcas registradas de Kubrick, o espectador é apresentado à atmosfera maligna da casa, sempre com um ar de que ainda há muito para ser revelado. Logo, Jack se vê em realidades que não pertencem a atual com festas ocorridas no passado da casa, enquanto Danny é assombrado por visões das irmãs mortas nos corredores e ataques no misterioso quarto 237.



A trama se desenvolve de forma inovadora, sendo que é fácil imaginar como tudo vai terminar de uma forma já explorada pelos filmes de terror. Mas o hotel reserva surpresas até o último minuto, em um clímax tenso e com cenas chocantes que não deixam o espectador piscar até chegar a conclusão. Como é habitual nos filmes de Stanley Kubrick, a última cena deixa a maior lacuna de todas, que apenas acrescenta mais uma dezena de questões na mente de quem assiste.

O filme caracteriza-se como um ótimo terror psicológico, já que não temos várias mortes acontecendo em sequência nem monstros desfigurados perseguindo os personagens a esmo. A história é muito bem estruturada de forma gradual e com uma velocidade que nos permite capturar inclusive as mínimas nuanças das mudanças na personalidade de Jack. Ao longo do filme, percebe-se que ele não é mais aquele escritor que ama sua família que conhecemos na introdução. O importante são as imagens, os silêncios e, principalmente, a trilha sonora, que cria uma ambientação assombrosa ao Hotel Overlook.



O Iluminado, mesmo com suas várias alterações na trama original, um livro de Stephen King, tornou-se um marco do cinema e hoje é considerado uma das obras primas de Stanley Kubrick, com atuação, produção e ambientação de terror que não se vê em produções atuais.

Você já assistiu O Iluminado, ou leu a versão original? O que achou da trama? Que outros filmes você gostaria de ver comentados aqui no Imaginário Pop? Compartilhe suas opiniões nos comentários! Estamos esperando suas críticas!


 
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