E o início desse blog vai ser sobre o fim, ou pelo menos a necessidade dele. Quantas sequências de um sucesso de bilheteria são o suficiente para agradar os fãs de algum personagem? Talvez nenhuma. É melhor deixar os holofotes para trás enquanto se está no auge do que permanecer criando reciclagens de algo que chamou a atenção para destruir a boa imagem que havia permanecido daquela obra.
Podemos encontrar muitos exemplos na televisão. O mais clássico é a série Arquivo X, que nasceu pronta para o fracasso, virou um sucesso no decorrer das temporadas e foi de fenômeno de audiência e crítica a uma decadência que gerou a mudança de personagens nas últimas temporadas apenas para manter o conceito da série no ar. Mas os anos de ouro de Mulder e Scully permanecem no imaginário dos fãs e servem de inspiração para todas as séries que possuem alguma característica de mistério e conspiração governamental.
Uma das séries que buscou inspiração em Arquivo X e criou uma legião de fãs é Supernatural, que está atualmente em sua sétima temporada e parece pedir o cancelamento. Quer dizer, eu sei que a vontade dos fãs é ter Sam e Dean na televisão todas as semanas, mas não existe tanta maldade que possa ser impedida pelos irmãos lá fora, precisa chegar a hora que eles largam tudo nas mãos das autoridades competentes e tiram umas férias. Os irmãos já enfrentaram o inferno, o apocalipse, anjos renegados e todos os tipos de seres copiados do cinema. Santa criatividade, Batman!
Supernatural: Irmãos Winchester precisando enfrentar tudo e todos por uma renovação. (Imagem: The CW/Divulgação) |
Falando em cinema, quem aí já está cansado de encontrar uma sequência diferente de Premonição ou Jogos Mortais todos os anos nas telas? Quando achamos que a história está finalizada, a produtora chega e conta que teremos mais três anos de sangue nas nossas caras como se fosse a melhor notícia do mundo. Alguns remakes também são grandes exemplos de que alguns clássicos são melhor se deixados como estão, ou todos já se esqueceram do tão comentado Psicose de 1998, que tentou homenagear o clássico e acabou com uma péssima atuação de Vince Vaughn.
E pra não deixar o mundo da música de lado, recentemente tivemos a maior prova de que já chegou a hora de Madonna se aposentar dos microfones. O tão esperado novo álbum da cantora, "MDNA", conseguiu alguns recordes com a pré-venda e chegou no topo da Billboard em mais de 50 países, o que deve ter sido ajudado pela distribuição do CD pela venda de ingressos da nova turnê. O lançamento foi um sucesso, mas logo na segunda semana de vendas houve uma queda de 88% das vendas, segundo a revista Forbes. Será que essa é apenas uma fase de transição para Madonna, que já havia passado por um fracasso de bilheteria nos cinemas com W.E., ou é chegada a hora da aposentadoria da tão revolucionária cantora pop do século passado?
Madonna: Ainda faz jus à sua fama de revolucionária? Imagem: Interscope Records |
Esses são apenas alguns exemplos do mundo pop de que é melhor deixar o público enquanto os aplausos ainda estão no ápice do que forçar a fórmula que havia agradado as platéias para ganhar mais dinheiro e não levar em consideração a essência artística do que havia sido proposto inicialmente. Alguns nem deveriam ter sido tirados do papel e outros apenas permanecido no Imaginário Pop como haviam sido criados da primeira vez.